A expedição corresponde a um período de dois anos subsequentes a outros dois de pesquisa. Quando Nicodamus foi tomado pela ideia de que poderia visitar as nuvens, atirou-se a todo e qualquer sinal que pudesse lhe indicar o caminho para tão inacessível destino.
Virga foi um grande parceiro nesse sentido, pois através dele é que se pôde acessar à distância as informações necessárias para chegar até lá. De posse delas, Bernaldo conseguiu finalmente realizar pequenas viagens de reconhecimento à nuvem em que a pesquisa havia sido focada, Clareada. A partir de então, deu início aos preparativos para a viagem definitiva, pois planejava se mudar para a nuvem.
Durante todo esse tempo, Valentina, sua irmã caçula, acompanhou de perto (ainda que às escondidas) a evolução da pesquisa e, o que talvez tenha começado como uma curiosidade infantil, aos poucos se tornou seu mais importante projeto. Decidiu-se a acompanhar o irmão e ele, por mais que se opusesse, preocupado em protegê-la do risco que a viagem significava, não pôde refrear seus ímpetos.
Mas se Nicodamus foi o mentor da expedição, Valentina não foi menos importante para que ela fosse frutífera. Seu espírito aventureiro indicou o caminho para o que talvez tenham sido algumas das maiores descobertas que os irmãos realizaram em Clareada.
O que se passou desde o primeiro olhar inquisitivo para o céu até o último instante de presença de corpo na nuvem, só poderia ser surpreendente e não pode ser contado em poucas palavras. Por sorte, contamos com a generosidade desses dois exploradores que, além de se arriscarem ao desconhecido, esforçaram-se por registrar sua aventura com o maior detalhamento possível.