o diário



O diário de expedição dos irmãos Bernaldo trata das viagens de reconhecimento que fizeram à nuvem de Clareada, tendo finalmente se mudado para lá nos dois últimos anos de sua pesquisa.

Material rico em informações sobre esse inusitado destino e relato instigante de uma aventura, foi encontrado em 2011 por Mariano Lopez, o Nano, em arquivos antigos de uma estação meteorológica em que trabalhava então (optamos por não informar sua localização, a fim de preservar seus funcionários de possíveis assédios ao local).

Durante um período de reorganização da estação, enquanto selecionava documentos que já poderiam ser descartados, a fim de abrir espaço para novos equipamentos, Nano encontrou uma série de pastas-arquivo e caixas metálicas que continham, entre tantas outras coisas, papéis, cadernos, livros, desenhos, fotos, mapas, amostras colhidas em campo. Percebendo que se tratava de material alheio aos interesses da estação e que se referia a um lugar sobre o qual eu e a Marcella pesquisávamos nessa época, procurou-nos para nos conceder, generosamente, a guarda desses objetos.

Desde então, cativadas por seu mistério e beleza, temos trabalhado para organizar esse material, surrado pelo tempo e pelas condições extremas que conheceu. Selecionamos como ponto de partida o diário que foi escrito à mão em um caderno cujas folhas se desmembraram. Nosso trabalho inicial foi procurar colocá-las na ordem em que foram escritas, a partir da difícil leitura dos relatos, em que palavras, linhas e mesmo parágrafos inteiros por vezes estavam praticamente apagados pelo tempo (ou pelo mar, onde talvez tenham sido encontrados).

Este conteúdo, guiou-nos ao próximo: uma série de fitas de áudio, onde os relatos seguintes passaram a ser feitos quando os exploradores consideraram que esse seria um meio mais adaptado às condições que enfrentavam então. As fitas funcionavam em um gravador acoplado a um equipamento multifuncional criado por um deles e batizado de binofotomultiscópio. Além de gravar e realizar outras funções, o aparelho também fazia fotos. As imagens em negativos e outras encontradas nas caixas, entre fotos e desenhos em cadernos, nos serviram para compreender melhor o que líamos e ouvíamos.

Estivemos tão embaladas pelo encantamento que esse contato com a expedição nos trouxe, que nos decidimos a compartilhar o que encontramos. Está em estudo a possibilidade da edição desses conteúdos em fac-símile, por ser a forma que nos parece mais completa para compreendê-los. Enquanto procuramos viabilizá-la, disponibilizamos neste site o texto e as gravações, que foram digitados, e, em separado, uma seleção das imagens encontradas (organizadas na seção "binofotomultiscópio"). Quanto aos relatos, foram agrupados em diferentes partes para facilitar sua leitura e podem ser acessados através deste sumário: